segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Vermelho ou Prateado?


O livro de que eu venho vos falar é o livro da canadense Victoria Aveyard, “A Rainha Vermelha”.
É uma saga de quatro livros, e mais um de contos do mesmo “universo”, de ficção científica (dos quais eu já li todos). Eles acompanham a história do ponto de vista de nossa protagonista, Mare Barrow. Mare vive num mundo muito diferente do nosso, onde o sistema político é uma dura monarquia. Digo “dura” não somente por os sistemas de monarquias não costumarem ser justos, mas principalmente por ter uma divisão bem maior daqueles que são nobres e os que não são. E essa divisão é feita pelo sangue. Não sangue como A+ ou O-, mas o sangue vermelho e o sangue prateado. Sim, você leu direito, é prateado mesmo. Aqueles que nascem com o sangue prateado são super-humanos, possuindo algum tipo de poder, como a manipulação do fogo, da água, da luz, ou então uma força descomunal, ou telepatia, ou vários outros tipos de poderes que você descobre lendo. Esses, enfim, são os nobres, que prezam a força e o poder acima de qualquer coisa.
Por outro lado, temos os de sangue vermelho, os comuns. Não possuem poder nenhum e não têm qualquer autoridade ao lado dos prateados. Vivem em vilas caindo aos pedaços, e nascem já sabendo suas quase nulas opções de futuro. Ou você é um aprendiz de outro vermelho que tem um trabalho fixo, como costureiro, pescador, padeiro e entre outros, ou você é mandado para uma guerra infinita ao completar dezoito anos. Essa “guerra infinita” é basicamente uma guerra que ocorre há mais de cem anos entre os países Norta, que é onde vive a protagonista, e Lakeland, um país vizinho com o mesmo sistema político, assim como todos os outros deste mundo fictício. Os vermelhos são jogados na guerra basicamente para morrer entre as trincheiras, pois são raríssimos os que voltam delas. Enquanto os prateados apenas comandam as operações e bolam os planos de ataque e defesa.
Explicado este universo literário, vamos falar um pouco sobre a protagonista e a história, mas já aviso que caso tenha lhe dado já uma certa curiosidade ou vontade de ler este livro, pare de ler agora esta postagem e pule direto para o último parágrafo, pois a partir de agora eu vou soltar alguns “spoilers”, mas mesmo assim vou evitar ao máximo para não tirar o suspense do livro.
Mare é uma vermelha (de sangue vermelho) que, como todos os vermelhos, não tem um poder e nenhum benefício. Ela completou seus dezessete anos e já teve três irmãos mandados à guerra. Por ela não possuir nenhum talento em alguma área de trabalho especial, como sua irmã mais nova, Gisa, que é uma excelente aprendiz de costureira, já se conformou que seu destino é como soldada lutando até o fim em uma trincheira mortífera. Mare, porém, tenta colaborar ao máximo com sua família afundada na pobreza, mas a seus modos claro, para isso ela rouba. Desde pequena já está familiarizada com os furtos, coisa que sua família desaprova, mas ao mesmo tempo sabe que é necessário para a sobrevivência. A garota também não se orgulha muito do que faz, mas é a única coisa na qual ela é boa e a faz ajudar sua família (ou o que restou dela). Seu pai havia sido mandado à guerra muitos anos antes, e fora um dos poucos sobreviventes. Mesmo saindo vivo, lhe custou as pernas e uma parte de seu pulmão esquerdo. Sua mãe nunca foi à guerra, ela já tinha uma profissão, mas mesmo assim sabe a dor de ter três filhos mandados às trincheiras. Esses filhos são os irmãos de Mare: Bree, o mais velho; Tramy, o segundo mais velho; e Shade, o terceiro mais velho. Shade sempre foi seu preferido, o que mais a compreendia, e ela sentira muita falta dele. Mas não era só Shade seu bom companheiro, ela também tem Kilorn, seu melhor amigo e aprendiz de pescador. Diferentemente dela, Kilorn não seria mandado à guerra, o que era um alívio gigante para a garota, que mesmo ele sendo mais velho, ela o tratava quase como um “filho-irmão”.
Porém, tudo muda quando acontece algo onde Kilorn se vê obrigado a participar da guerra, e o alistamento chegaria muito em breve. Algo que os vermelhos já haviam entendido bem, é que não se pode escapar do alistamento. Mare então teve um plano de escape, mas é quando ela acaba conhecendo um vermelho misterioso antes, e ela mal imaginava como aquilo mudaria todo seu planejamento. De pobre vermelha ela acaba como a atração principal em um jogo de poder e mentiras, com uma grande revolução escondida debaixo dos panos, descobrindo ainda que nem tudo é como é mostrado.
Na minha opinião é um livro muito bom, onde a protagonista está em um constante crescimento e amadurecimento, se você comparar ela no início e no fim do livro, parece até outra pessoa. E não apenas ela, mas vários dos personagens  à sua volta
Eu particularmente amo livros que lhe tiram de seu mundo (não de sua zona de conforto, de seu mundo mesmo), o que já foi um grande ponto positivo para esse livro, mas além disso eu gostei muito do fato de o livro proporcionar diversos momentos de reflexão sobre o que é certo e o que é errado, sobre os preconceitos que temos só pelo outro ser diferente de nós, e até atinge pontos que nos fazem pensar se realmente se é buscada a igualdade ou só uma troca entre aqueles considerados mais fracos pelos considerados mais fortes. Enfim, ao ler eu diria para você prestar bastante atenção nas frases que o próprio livro destaca e segurar seu maxilar para ele não ficar dolorido igual o meu após me chocar tanto e repetidas vezes fazer um formato de ‘O’ com a boca.

PS: Se por acaso você realmente ler o livro me procure para conversarmos sobre o assunto que eu até te empresto o resto da saga :3

Safira
9ºAno




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