quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Resumo de um livro que se assemelha muito à nossa realidade




Lido por indicação de minha mãe nas aulas de leitura, o livro “1984”, de Eric Arthur Blair (vulgo George Orwell), não me agradou no começo, encantou-me no decorrer da história e desgostou-me ao fim. Por ser um clássico literário da ficção científica, o livro deixou a desejar; ao mesmo tempo, deixou muitas reflexões e comparações com a situação política e demais acontecimentos do nosso país.
O livro, publicado em 1949, conta sobre um futuro no qual o Estado sabe de tudo: todos são vigiados 24h por dia, 365 dias por ano, por um aparelho (lembrou-me as televisões, celulares e etc...) chamado teletela; a língua é empobrecida para que não ocorram pensamentos-crime (censura da linguagem para que revoltas e revoluções sejam coibidas quando estiverem sendo pensadas e faladas); as pessoas são “vaporizadas” (desaparecem após o Estado as torturar, fazerem confessar mesmo que não tenham culpa; desaparecem não só fisicamente, mas elas somem de todo o tipo de registro – fotos, textos, gravações – que as envolva) e há também uma construção e modificação constante da verdade.
O personagem principal, Winston Smith, trabalha para o Estado e, em sua mente, para o “Grande Irmão” (praticamente a personificação das coisas boas, como obediência e demais valores que foram invertidos para servir àquela ocasião) no Ministério da Verdade. O que Winston faz? Ele recebe relatórios em novafala (lembra do empobrecimento da linguagem? É chamada de novafala) dizendo que tais pessoas foram vaporizadas, que a Oceânia (local onde a história se passa) mudou de oponente e aliado... E era encarregado de trocar as informações que o Partido não queria e substituir por outras que o Partido determinava. Como Winston disse, em um trecho do livro, ele estava “reconstruindo constantemente o passado e tecendo o futuro”.
Winston não era conformado com tanta doutrina: ele queria saber o que se passou antes dos documentos históricos serem modificados. Por isso, com todo o cuidado do mundo (pois já suspeitava que estivesse sendo seguido por uma mulher que ele julgava ser da Polícia de Ideias), procurou pelas periferias alguma coisa que pudesse lhe dizer o que era antes de ser o que é. Encontrou um antiquário, e ao sair do mesmo (tendo comprado apenas um coral proveniente do Mar Índico), deparou-se com a mulher que o seguia e precisou resistir ao ímpeto de arremessar um tijolo contra sua cabeça, tal sua indignação contra a suposta participação da mulher na Polícia de Ideias. Não o fez, e voltou para o trabalho.
Ao voltar para o trabalho e participar dos Dois Minutos de Ódio (dois minutos nos quais o esquerdismo e liberdade de expressão e seus representantes eram intensamente odiados), encontrou-se com a mulher que o seguia, que deixou um bilhete na mão de Winston. Seu conteúdo nada condizia com o que Winston havia suposto: dizia apenas: I love you. Winston tentou aproximar-se, sob diferentes contextos, daquela mulher. Dela, arrancou apenas alguns conselhos para um encontro longe das teletelas e do Grande Irmão.
Naquele encontro, no meio de uma floresta, conversaram sobre as possibilidades de revolução; amaram-se; conheceram-se; e combinaram repetir a dose. Após muitos encontros como esse, ambos filiaram-se a um suposto “esquerdismo”, que não passava de uma armadilha do próprio Governo para prender, torturar e matar aqueles que procurassem o demoníaco esquerdismo e a temida liberdade.
Com Winston e Júlia não foi diferente: a Polícia das Ideias os surpreendeu falando sobre revolução, separou-os (a partir daí o texto foca em Winston), tortura Winston, aplica ainda mais ideologias como “se-o-Partido-quer-que-dois-e-dois-sejam-cinco-então-dois-e-dois-serão-cinco”, faz com que Winston traia Júlia e, por fim, mata-o. O mesmo morre feliz, pois enfim acreditou que dois e dois são cinco; em suma, Winston morre amando o Grande Irmão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Além da Magia

Eu conheci este livro no dia do meu aniversário de 12 anos, eu ganhei ele da minha amiga Beatriz. Você também já ganhou, com certeza, um...